Na reta final da campanha eleitoral, há duas semanas para o 1° turno,
os quatro principais candidatos à sucessão presidencial definiram
estratégias políticas para tentar alavancar os índices de intenção de
voto.
Na liderança, conforme indicam as pesquisas eleitorais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
do PT, esboçou plano para tentar avançar sobre o eleitorado de seus
principais adversários, num esforço para tentar vencer no 1° turno.
O foco, segundo dirigentes petistas envolvidas na campanha, será
tanto os evangélicos como os jovens. No primeiro grupo, o presidente Jair Bolsonaro,
do PL, apresenta larga vantagem com esse eleitor, mas, segundo a última
edição do Datafolha, caiu a diferença em relação a Lula, que passou de
23 para 17 pontos percentuais.
A ofensiva de Lula deve ser principalmente sobre a mulher evangélica
de baixa renda que, na avaliação de estrategistas petistas, tem maior
preocupação com a situação econômica do país e é contrária à pauta
armamentista da atual gestão.
Em paralelo, o petista planeja
intensificar campanha nas redes sociais, com conteúdo principalmente no
Instagram e no TikTok, com o intuito de se reaproximar do eleitor jovem.
A
última edição da Genial/Quaest mostrou oscilação negativa de Lula sobre
o eleitorado de 16 a 34 anos. E é sobre esse perfil que o candidato do
PDT, Ciro Gomes, tem maior índice de intenção de voto.
Para
avançar sobre o eleitorado de Ciro, em busca do chamado “voto útil”, a
campanha petista organiza um evento no Anhembi, em São Paulo, com a
presença de artistas e cantores para se reaproximar desse eleitorado.
Já
Bolsonaro deve intensificar a campanha de desconstrução da imagem de
Lula, antecipando para o 1° turno críticas sobre os escândalos de
corrupção dos governos petistas, como o mensalão e o petrolão.
A
ideia é relembrar nos palanques eletrônicos, televisão e rádio,
personagens como José Dirceu, Antonio Palocci e Delúbio Soares. O
objetivo é tentar aumentar o índice de rejeição de Lula, evitando que a
disputa eleitoral seja definida em 2 de outubro, no 1° turno.
Entre
as estratégias estabelecidas para tentar reeleição de Bolsonaro, já na
próxima semana, o marketing da campanha pretende explorar imagens da
viagem do presidente ao Reino Unido e aos Estados Unidos. O objetivo é
fazer um contraponto a Lula e mostrar que Bolsonaro tem diálogo
internacional.
Na equipe à reeleição, há ainda a defesa para que
Bolsonaro conceda entrevistas para veículos internacionais, de países
como Estados Unidos, Rússia e China. O objetivo é tentar melhorar a
imagem do Brasil em resposta à críticas feitas por publicações da União
Europeia.
O candidato do PDT, por sua vez, buscará o eleitorado
indeciso. Segundo o Datafolha, o chamado voto volátil representa 21% do
total e, quase um quarto dele, tem preferência por Ciro.
Na
tentativa de conquistar o eleitor, o pedetista pretende aumentar sua
atuação no Sudeste e no Sul. Segundo pesquisas internas do partido, as
duas regiões são as que apresentam maior demanda pela chamada “terceira
via”.
Já a candidata do MDB, Simone Tebet, tentará alavancar a sua
intenção de voto sobre a eleitora mulher de baixa renda, que hoje tem
preferência pelo candidato do PT. Para isso, a propaganda eleitoral de
Tebet deve explorar viagem recente da emedebista ao Nordeste.
A
estratégia é, assim, herdar votos que podem abandonar Lula diante da
ofensiva de Bolsonaro para tentar aumentar a rejeição do petista. Na
reta final, Simone também pretende conceder entrevistas a programas
populares, na tentativa de se aproximar desse perfil de eleitor.