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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dia do Maçom será lembrado pelos senadores nesta sexta-feira

O Senado tem sessão especial nesta sexta-feira (19), às 9h, para comemorar o transcurso do Dia do Maçom, celebrado em 20 de agosto. O requerimento solicitando o evento foi apresentado pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).

Segundo o parlamentar, que é maçom e descende de uma família ligada a essa entidade, há cerca de cinco mil lojas maçônicas no Brasil que se dedicam à realização de obras sociais e filantrópicas. Elas participam de campanhas de vacinação promovidas pelo governo; arrecadam e distribuem alimentos e vestuário; mantêm creches, escolas, centros de apoio a idosos; e promovem o combate às drogas, entre outras tarefas.

Para Mozarildo, a maçonaria se adapta aos novos tempos, interagindo cada vez mais com a sociedade, "e continua sendo um exemplo para os brasileiros pelo trabalho sério e honesto que desenvolve, contribuindo para que o país seja realmente democrático, fraterno e igualitário".

Dados da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB) indicam que há, aproximadamente, dez milhões de maçons distribuídos em 150 grandes lojas maçônicas no mundo. De acordo com essa instituição, o Brasil conta com mais de 80 mil maçons.Já o site Brasil Maçom informa que existem no mundo 5,5 milhões de maçons, a maioria (58%) nos Estados Unidos, seguido do Reino Unido (22%). No Brasil, segundo esses dados, há 150 mil maçons, o equivalente a 2,7% do total contabilizado no mundo.

Origem
De acordo com historiadores, a origem da Maçonaria data de 1175, quando pedreiros ingleses, no intuito de guardar em segredo a forma das construções góticas de igrejas e catedrais que estavam sendo construídas na Inglaterra, organizaram-se em uma sociedade sob a proteção de São João Batista. 

Em 1717, foi fundada em Londres a primeira loja maçônica do mundo, que tinha como finalidade espalhar o deísmo, doutrina que considera a razão como a única via capaz de assegurar a existência de Deus, rejeitando, para tal fim, o ensinamento ou a prática de qualquer religião organizada. O deísmo difundiu-se, principalmente, entre os filósofos enciclopedistas.

Ainda no século 18, em 1723, foi promulgada a primeira Constituição Maçônica, elaborada pelo reverendo anglicano James Anderson, e caracterizada por um "espírito tolerante, humanista e deísta", segundo Mozarildo. O objetivo era, portanto, unir os homens sem distinção religiosa.

Segundo historiadores, a partir da aceitação de ateus na sociedade pelo Grande Oriente de França ocorreu o grande cisma da maçonaria, nascendo, então, as duas primeiras grandes potências maçônicas no mundo: a francesa e a inglesa, sendo a primeira teísta (que afirma a existência de um único Deus) e apolítica; e a segunda política e admitindo ateus.

No Brasil
A maçonaria chegou ao Brasil no início do século 19, e as primeiras lojas maçônicas foram formadas por brasileiros que voltavam da Europa. Foi criado, nessa época, o Grande Oriente do Brasil (GOB), reconhecido pelo Grande Oriente de França. O GOB era, naquela ocasião, a única vertente maçônica brasileira, mas, posteriormente, distanciou-se do Grande Oriente de França e foi para a Grande Loja Unida da Inglaterra. 

A partir dessa época, a maçonaria brasileira teve seu próprio desenvolvimento, surgindo dissidências dentro do GOB.

Segundo Mozarildo, o dia 20 de agosto é a data de celebração da maçonaria brasileira porque foi o momento da fundação do GOB, com a fusão das lojas Esperança, Comércio e Artes, União e Tranquilidade, em 1822. 

Seu primeiro grão-mestre foi o patriarca da independência, José Bonifácio de Andrada e Silva. Além de lutar pela independência do país, a ordem maçônica defendeu a abolição da escravatura e a proclamação da República, e também esteve presente em outros fatos históricos importantes para o Brasil, conforme o senador.

Em outros países, a maçonaria também participou de movimentos libertadores e sofreu perseguições políticas. 

No início de 1934, após a ascensão de Adolf Hitler, na Alemanha, houve perseguição, destruição de livros e templos maçônicos na Alemanha, Holanda, Noruega, Bélgica e França. A Grande Loja Simbólica da Alemanha foi dissolvida por Hitler e o Partido Nacional Socialista alemão lançou um manifesto contra a Maçonaria.

Helena Daltro Pontual / Agência Senado

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