O Brasil passa por uma das maiores transformações da sua história no que diz respeito à gestão empresarial e tributária; uma mudança que normalmente ocorre a cada trinta ou quarenta anos e que nos obriga a quebrar nossos paradigmas e conceitos. Tenho percorrido o País inteiro palestrando ou ministrando cursos em áreas de Contabilidade Digital e IFRS Novas Normas Brasileiras de Contabilidade e, lamentavelmente tenho percebido alguns equívocos, pelo menos na minha ótica quanto a visão que se tem dado a essas mudanças, tanto por parte dos profissionais da contabilidade quanto os empreendedores e empresários do país e aqueles que são responsáveis pelo processo decisório da empresa. Adquirimos uma cultura de gestão no país ao longo dos anos essencialmente tributária, profissionais da contabilidade que ao longo do tempo abandonaram a Ciência da Contabilidade para enfocar quase que exclusivamente à apuração e recolhimento de tributos, e devido a nossa complexidade tributária e a carga que ela exerce sobre empresas e empreendedores, a preocupação com os custos e com as tentativas de se recolher menos tributo, seja pelos meios legais, (elisão fiscal) ou pelos meios ilegais (evasão fiscal), deixou-se de lado a única ferramenta capaz de mensurar a rentabilidade dos empreendimentos, das empresas e dos negócios. Com o cerco fiscal produzido no país introduzido pelo SPED Sistema Público de Escrituração Digital, bem como as IFRS, Novas Normas Brasileiras de Contabilidade, resgata-se a necessidade da prática da Contabilidade sob o ponto de vista da Ciência que ela representa, com uma qualidade nunca antes imaginada e que seja capaz de proteger o empresário, o empreendedor, os usuários da contabilidade com informações precisas evitando dissabores futuros por conta de inconsistências que geram autuações. O momento agora é de uma revisão dos conceitos e do modelo de atuação tanto dos profissionais da contabilidade quanto dos empreendedores; uma nova demanda por gestão está em curso, o Profissional da Contabilidade passa a ter uma importância estratégica nas organizações e as organizações precisam compreender esse novo cenário procurando adaptar-se a ele o mais rápido possível. Toda mudança dessa natureza certamente gera muitas resistências, mas o mercado é implacável, e acreditamos que ele será o grande divisor de águas nos próximos anos, exigindo transparência das informações, principalmente o setor financeiro, cobrando das empresas e empreendedores qualidade nas informações, caso não aconteça essa qualidade o capital custará mais caro ou até mesmo inviável a essa organização devido ao risco explícito pela falta de transparência nas informações contábeis e financeiras refletindo obviamente na situação patrimonial. Concluímos essa breve reflexão reforçando a necessidade de empresários e profissionais da contabilidade a se prepararem para o que chamo de UM NOVO CENÁRIO NA GESTÃO EMPRESÁRIAL E TRIBUTÁRIA NO PAÍS. * por Ismael Sanches Pedro, bacharel em Ciências Contábeis, pós-graduando em Contabilidade, Auditoria e Perícia, Professor de Contabilidade, Perito, Palestrante, Analista de TI, Administrador de Empresa. |
Revista Contábil & Empresarial Fiscolegis, 30 de Janeiro de 2012 |
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