Morreu neste domingo (26), aos 90 anos, o ativista Desmond Mpilo Tutu, arcebispo da Igreja anglicana na África do Sul e vencedor do Nobel da Paz em 1984 pela luta contra o apartheid no país.
O religioso foi diagnosticado com câncer de próstata no final da década de 1990 e foi hospitalizado várias vezes nos últimos anos para tratar infecções associadas a doença.
“O falecimento do arcebispo emérito Desmond Tutu é outro capítulo de luto na despedida da nossa nação a uma geração de notáveis sul-africanos que nos deixou como legado uma África do Sul libertada”, disse o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa em comunicado.
Ramaphosa descreveu Tutu como “um homem de uma inteligência extraordinária, íntegro e invencível contra as forças do apartheid”, mas que foi “também terno e vulnerável na sua compaixão por aqueles que sofreram a opressão, a injustiça e a violência”.
Sacerdote ativista
Nascido na pequena cidade de Klerksdorp, a oeste de Joanesburgo, em outubro de 1931, Tutu era filho de uma empregada doméstica e um professor. Seguindo os passos do pai, se formou profissional de educação, mas desistiu da carreira por não concordar com a qualidade de ensino inferior oferecida para crianças negras.
Tutu viveu por um período no Reino Unido onde, segundo ele mesmo dizia, pedia informações desnecessariamente apenas para ser chamado de “Senhor” por policiais brancos. Ele se casou em 1955 com Leah, com quem teve quatro filhos.
Ordenado aos 30 anos, usou sua posição para defender sanções internacionais contra o apartheid e, mais tarde, para fazer lobby por direitos iguais para todos. Sua franqueza provocou a ira do governo sul-africano de minoria branca. Foi nomeado arcebispo em 1986, se tornando o primeiro negro no cargo na Cidade do Cabo. Tutu retirou-se da vida pública em outubro de 2010.
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