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quinta-feira, 31 de março de 2022

Bolsonaro exonera Alexandre Ramagem da Abin




Coordenador da segurança de Jair Bolsonaro na eleição em 2018, o delegado da Polícia Federal (PF) Alexandre Ramagem foi exonerado, nesta quinta-feira (31), no cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A exoneração foi publicada no "Diário Oficial da União (DOU)", assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança. O substituto ainda não foi nomeado.

O motivo da saída ainda não foi informado, mas ela ocorre no mesmo dia em que o governo publicou a exoneração de nove ministros que devem ser candidatos nas eleições de outubro. A Lei de Inelegibilidades define que os ministros que desejam se candidatar precisam deixar os cargos até seis meses antes do primeiro turno – em 2022, esse prazo termina no próximo sábado (2).

Também deixaram seus cargos o secretário especial de Cultura, Mario Frias, e o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que se filiaram ao PL, mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro.

Ramagem havia tomado posse em novembro de 2019, em substituição Janér Tesch Hosken Alvarenga.

Alexandre Ramagem passou a comandar a segurança de Bolsonaro na corrida pelo Palácio do Planalto após o presidente ser vítima, em setembro, de um atentado à faca em Juiz de Fora (MG). Bolsonaro precisou ser submetido a três cirurgias para se recuperar dos ferimentos no abdômen.

Após Bolsonaro assumir a Presidência, Ramagem foi requisitado para atuar como assessor especial da Secretaria de Governo, uma das pastas que lotadas no Planalto.


A Abin é vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, comandada pelo ministro Augusto Heleno. Foi o próprio Heleno quem deu posse ao novo diretor-geral da agência.

Chefe da PF
Em abril de 2020, Ramagem foi o escolhido de Bolsonaro para assumir a PF. Mas o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a nomeação para a diretoria-geral.

Ramagem, que é amigo da família Bolsonaro, foi escolhido pelo presidente para chefiar a PF, em substituição a Maurício Valeixo. A demissão de Valeixo por Bolsonaro levou à saída do então ministro da Justiça Sergio Moro, que acusou o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.

Ramagem é delegado da Polícia Federal desde 2005. Na corporação, ele comandou, entre 2013 e 2014, a Divisão de Administração de Recursos Humanos e a de Estudos, Legislações e Pareceres, entre 2016 e 2017.

Alexandre Ramagem atuou ainda na coordenação de grandes eventos realizados no país nos últimos anos, como a Conferência das Nações Unidas Rio+20 (2012), a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014) e a Olimpíada do Rio (2016).

Em 2017, Ramagem integrou a equipe de policiais responsáveis pela investigação e inteligência de polícia judiciária na operação Lava Jato. Ele também coordenou o trabalho da PF no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, com sede no Rio.

A indicação de Ramagem para o comando da Abin foi aprovada no mês passado pelo Senado. Ele substitui Janér Tesch Hosken Alvarenga no posto máximo da agência de Inteligência.

Mais trocas na PF
O governo também dispensou o diretor de Inteligência da PF, Rodrigo Carneiro Gomes, substituído por Alessandro Moretti. O corregedor-geral da PF, João Vianey Xavier Filho, foi nomeado para o cargo de diretor de Tecnologia da Informação da PF; 


Por g1 — São Paulo



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