Neste sábado (02) é celebrado O Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, visando levar informação à população para diminuir a discriminação e o preconceito contra as pessoas que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Pela primeira vez no Brasil, neste ano o TEA fará parte do censo populacional. Em 2019 foi sancionada a Lei 13.861 que orienta o IBGE a incluir uma pergunta sobre autismo na entrevista. “Você já foi diagnosticado ou diagnosticada com autismo por algum profissional de saúde?”, será questionado pelos recenseadores à população brasileira. A ideia é identificar quantas pessoas apresentam o transtorno, quantas podem ter e como estão distribuídas pelas regiões do País.
Sinais e sintomas do autismo
Os dados reforçam a importância da compreensão sobre o autismo e o reconhecimento dos sinais e sintomas do transtorno. Mauricélia Lopes, fisioterapeuta e diretora da Clínica de Atendimento Personalizado em Terapias Avançadas (Cliap), esclarece que o autismo já pode ser identificado por volta dos oito meses pelos próprios pais da criança. Contudo, costuma ser detectado com precisão pelos médicos entre 1 ano e meio e 3 anos.
“O principal sinal da criança é a maneira como interage com o mundo por sua comunicação não verbal, especialmente o olhar. Muitas vezes o autista tem dificuldade em fixar o olhar na mãe quando está amamentando, desatenção à voz humana, ou falta de reação às expressões faciais, por exemplo”, cita Mauricélia. O choro quase permanente, uma inquietação persistente ou até uma indiferença extrema também merecem atenção.
A hipersensibilidade ao toque, sons ou determinadas texturas de alimentos também são características presentes no transtorno. “Apesar de existirem alguns parâmetros para identificação do autismo, é importante destacar que nenhum autista é igual ao outro. Além das diferenças entre os níveis do transtorno”, explica.
Pesquisa revela aumento
Uma pesquisa revela aumento na incidência de crianças que nascem com Transtorno do Espectro Autista nos últimos anos. O CDC (Center of Diseases Control and Prevention), órgão de saúde dos Estados Unidos, apresentou em dezembro de 2021 os seguintes dados: uma criança a cada 44 nascidas tem o TEA (Transtorno do Espectro Autista). A estimativa entre 2000-2002 era de uma em cada 150 crianças.
Intervenção Baseada em Análise do Comportamento Aplicada - ABA
Apesar de não ter cura, os sintomas do transtorno podem ter intervenção com terapias comportamentais, sendo a Análise do Comportamento Aplicada (ABA, do inglês Applied Behavior Analysis) a que tem maior destaque e comprovação científica.
“O diferencial dessa terapia é que não é aplicada somente no consultório fechado, nós trabalhamos o máximo possível próximo ao ambiente natural da criança, em casa, na escola, com as atividades da vida diária, para que generalize o aprendizado”, explica Daniel Salustiano, bacharel em Administração e Licenciado e formação pedagógica do Setor ABA da CLIAP.
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