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sábado, 16 de abril de 2022

Ministro Gilmar Mendes diz que ataque contra jornalista Gabriel Luiz foi atentado


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, classificou como atentado, o ataque sofrido pelo jornalista da Rede Globo, Gabriel Luiz, atingido por, pelo menos, dez facadas na noite dessa quinta-feira (14).

“Recebo com indignação a notícia do atentado – ainda inexplicado – contra o jornalista Gabriel Luiz. Gabriel vocaliza as reivindicações de comunidades do DF, fazendo jornalismo investigativo profundo e sério. Desejo pleno restabelecimento ao profissional”, disse nas redes sociais.

Gabriel Luiz, editor do DFTV da TV Globo de Brasília, que foi esfaqueado por dois homens no fim da noite de quinta-feira (14) na porta do prédio onde mora, na capital federal. As entidades cobram apuração rigorosa do crime.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Federação Nacional os Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) emitiram notas e manifestaram preocupação com o ataque.

“Diante do ataque sofrido na noite desta quinta-feira, em Brasília, pelo repórter da TV Globo Gabriel Luiz, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) pede a apuração rigorosa do crime. Gabriel levou cerca de dez facadas no pescoço, no abdômen, no tórax e na perna e está internado no hospital em estado muito grave”, disse a ABI em nota.

A associação destacou que os pertences do jornalista não foram levados no crime, o que é um indício de que não tratou-se de um assalto. A ABI destaca que o atentado acontece em meio a um cenário de hostilidade e violência contra jornalistas que é estimulado diretamente pelo governo federal.

“Não se sabe ainda se o crime – gravado por câmeras de vídeo – tem relação com a atividade profissional de Gabriel, mas ele se insere num quadro inaceitável de hostilidade a jornalistas e de crescimento da violência no País, estimulado pelo governo federal”, afirma a ABI.

A Abraji também destacou que “a motivação do crime também não foi esclarecida” e ressaltou que “a violência empregada contra a vítima e o local onde o crime ocorreu, uma região de baixa criminalidade”. “A Abraji repudia a violência cometida contra o jornalista e pede rigor por parte das autoridades do Distrito Federal na apuração do episódio, com especial atenção para a possibilidade de o crime ter ocorrido em decorrência do exercício da profissão. Gabriel Luiz tem histórico de reportagens investigativas”, disse a entidade.

Assim como a ABI, a Fenaj apontou que há uma escalada de violência contra profissionais de imprensa. “Diante da escalada da violência contra jornalistas no Brasil, é preciso uma averiguação criteriosa da motivação do crime, para que seja esclarecido se está vinculado ao exercício profissional. A FENAJ reitera seu repúdio à violência, em especial a praticada contra profissionais da imprensa, que cumprem o importante papel de levar informações verdadeiras à sociedade. Solidarizamo-nos com Gabriel Luiz e seus familiares”, declarou a Fenaj em nota.

Repórter da Globo esfaqueado denunciou clube de tiro quatro dias antes do ataque

O repórter Gabriel Luiz fez uma matéria na última segunda-feira (11) denunciando o funcionamento perigoso de um clube de tiro em Brazlândia, uma região administrativa do Distrito Federal. De acordo com a Revista Fórum, a Polícia Civil do DF investiga várias linhas como motivação para o crime e essa é uma delas.

Inaugurado recentemente, o estande de tiro fica às margens da BR-251 e tem deixado moradores da vizinhança desesperados, já que as balas saem do que deveria ser um perímetro de segurança, atingindo lotes residenciais e rurais nos arredores. A população local mostrou dezenas de projéteis de revólveres, pistolas e fuzis, assim como os furos em paredes e árvores dos imóveis.

Após a reportagem de Gabriel Luiz, o clube de tiro foi interditado pelo Exército.

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