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quarta-feira, 11 de maio de 2022

Irmão chora ao falar de acidente que vitimou blogueira potiguar: “Muito difícil aceitar”

 

 

“Recebi a notícia mais triste da minha vida quando soube da partida da minha irmã. Perdê-la assim, de surpresa, foi um choque. Está sendo e ainda será muito difícil aceitar”. O relato é do irmão de Handkelly de Morais Bezerra, influenciadora digital potiguar que faleceu, no último sábado (7), em acidente de trânsito em Portugal. Em entrevista ao repórter Rafael Araújo, da TV Tropical, nesta terça-feira (10), Nilton Bezerra Júnior contou como soube do acidente e relatou as dificuldades para o translado do corpo da irmã até o Brasil. 

“Meu cunhado, Cássio, ligou para a minha esposa, chorando muito, muito, muito. Quando minha esposa disse: ‘Eu não acredito!', imaginei que tinha acontecido alguma coisa com Handkelly. Foi a partir daí que recebi a notícia mais triste da minha vida”, contou Nilton. Hand, como era mais conhecida a dona do perfil ‘Casa 194’, no Instagram, fazia uma viagem pela Europa com o marido, Cássio, quando se envolveu no acidente. O casal seguia, em um transporte por aplicativo, para o aeroporto de Portugal. De lá, os planos seriam pegar um voo para a Itália, real destino da viagem dos sonhos da blogueira. 

Os planos, porém, foram interrompidos pelo acidente que tirou a vida de Hand. O esposo, Cássio Santos de Mendonça, que também estava no veículo, chegou a ser hospitalizado com fraturas na costela e machucados no rosto. “Um dia depois, conversando com ele [Cássio], perguntei se ele lembrava de alguma coisa. Ele contou que lembrava de apenas alguns flashes. A lembrança dele é que eles pegaram o transporte por aplicativo no hotel e, no caminho, Hand pediu que ele fosse adiantando o check-in pelo celular. Ele abaixou a cabeça para se concentrar nisso e só ouviu depois a voz de Hand dizendo: ‘Ai meu Deus’. Em seguida, já sentiu a bancada”, relata Nilton. 

Cássio Santos e Hand Bezerra durante a passagem por Portugal | Foto: Reprodução/Instagram

Ainda segundo Nilton Bezerra, Cássio contou que o carro não chegou a capotar, mas rodou várias vezes na avenida. “Foi uma pancada muito forte. Ele não lembra quem cortou o sinal, mas disse que, no processo, tem a filmagem completa e, a posteriori, saberemos de fato quem ultrapassou o semáforo no momento errado. Mas o que ele disse e pode afirmar é que o motorista que conduzia o carro deles não vinha rápido, vinha em velocidade normal; e que é possível que o outro carro tenha cortado o sinal, pois vinha em alta velocidade”.

Quase quatro dias após o acidente, a data para liberação do corpo de Hand Bezerra ainda é incerta e a família está enfrentando alguns impasses com o translado até o Brasil.  “O pior é essa angústia. É essa sensação de não saber quando eles vêm. Cada dia e noite sem dormir. Ficamos angustiados. Terá a missa de sétimo dia, mas o velório a gente não sabe”, contou o irmão. De acordo com Nilton, o esposo de Hand, mesmo machucado, decidiu assinar um termo de responsabilidade e pedir para sair do internamento na unidade hospitalar para poder agilizar os trâmites.

“Cássio começou a dar entrada nos procedimentos na segunda-feira. Ao chegar no instituto onde deve ser feita a autópsia do corpo, teve a surpresa de que precisava de um requerimento do Ministério Público, além de também necessitar constituir um advogado. Mesmo ele sendo advogado, não conseguiria atuar”, explicou o irmão. A solicitação foi feita e agora a família aguarda a chegada do pedido ao instituto que fará a autópsia. “A expectativa é que essa autópsia seja feita, para que recebamos a certidão de óbito e possamos iniciar os trâmites do traslado. A embaixada, o consulado e o Itamaraty já estão cientes. Estamos realmente só aguardando a saída da autópsia para fazer esse certificado, ratificá-lo com o consultado e então iniciar o translado do corpo”, explicou. 

Viagem dos sonhos

Viagem para Europa estava planejada desde 2019 | Foto: Reprodução/Instagram

O irmão conta que passar um tempo na Itália era um sonho antigo de Hand Bezerra e que toda a viagem já tinha sido planejada desde 2019. “Era a viagem dos sonhos de Hand. Mas aí veio a pandemia, as fronteiras foram fechadas e eles precisaram adiar. Quando ocorreu a primeira trégua da covid-19, eles tentaram novamente, mas ocorreu a segunda onda da pandemia e tudo fechou mais uma vez. A passagem deles inclusive chegou a ser cancelada, mas eles resolveram. De fato, tiveram várias coisas para essa viagem não acontecer, mas aconteceu. E eles conseguiram, enfim, viajar agora em 2022”, relembra Nilton. “Ela estava muito feliz. Era o sonho dela. Estava muito sorridente. Pelos vídeos que ela mandou e publicou, víamos a alegria no semblante dela e a luz que ela estava vivendo naquele momento”, acrescentou. 

Despedida

Almoço antecipado do Dia das Mães | Foto: Arquivo pessoal

Emocionado, Nilton Bezerra também lembrou dos últimos momentos que passou ao lado da irmã. Como estaria viajando no Dia das Mães, celebrado no último domingo (8), Hand decidiu reunir a família para comemorar a data uma semana antes. “Ela chegou muito contente, brincando com Itinho [filho dela], com Heitor - meu filho, afilhado dela. Em dado momento, ela chamou a família toda para bater uma foto. Depois ela me pediu que fosse até a adega do nosso pai para pegar o melhor vinho, para que pudéssemos celebrar, porque ela disse que não sabia o dia de amanhã e que domingo ela não estaria conosco. De fato, ela não estava”, relembrou o irmão, às lágrimas. 

Hand Bezerra deixa, além do esposo, um filho de 13 anos e a dor da saudade em toda família. “Nós éramos muito unidos. Ela fazia questão de externar isso. Todos os dias estávamos juntos. Uma das coisas que ela pedia muito é que, se ela morresse, que eu cuidasse de Itinho, filho dela e meu afilhado. Ela deixou um pedaço dela conosco, que é o Itinho. É um menino muito doce, muito querido. Pode ter certeza que ele está bem aparado conosco”, ressaltou Nilton.

Para o irmão, Hand deixa também um legado de amor. “Handkelly, com certeza, deixou um legado para todo mundo: alegre, contente, humilde e humana. Todos que tiveram a oportunidade de abraçá-la sabem o tamanho do amor que ela transmitia em um abraço. Ela era realmente um amor”. A família planeja uma missa de sétimo dia na próxima sexta-feira (13), a partir das 19h30, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Neópolis.

 

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