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terça-feira, 9 de agosto de 2022

TENSÃO NA ÁSIA: Chanceler de Taiwan diz que exercícios da China são parte de plano para invasão

 


O ministro das Relações Exteriores de Taiwan disse nesta terça-feira (9) que a China está usando os exercícios militares que lançou em protesto contra a visita da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, como um plano de ação para se preparar para uma invasão da ilha.

Joseph Wu, em coletiva de imprensa em Taipé, não ofereceu nenhum cronograma para uma possível invasão de Taiwan, reivindicada pela China parte de seu território.

O chanceler afirmou que Taiwan não seria intimidada mesmo que os exercícios continuassem com a China muitas vezes ultrapassando a linha mediana não oficial no Estreito de Taiwan. 

“A China usou os exercícios de seu manual militar para se preparar para a invasão de Taiwan”, disse Wu. “Está realizando exercícios militares em larga escala e lançamentos de mísseis, bem como ataques cibernéticos, desinformação e coerção econômica, na tentativa de enfraquecer o moral público em Taiwan”.

“Após a conclusão dos exercícios, a China pode tentar rotinizar sua ação em uma tentativa de destruir o status quo de longo prazo no Estreito de Taiwan”, alertou o ministro.

Tais medidas ameaçaram a segurança regional e forneceram “uma imagem clara das ambições geoestratégicas da China além de Taiwan”, disse Wu, pedindo maior apoio internacional.

Uma autoridade do Pentágono disse na segunda-feira (8) que Washington mantém sua avaliação de que a China não tentará invadir Taiwan nos próximos dois anos.

Wu falou enquanto as tensões militares continuam após o término programado no domingo (7) de quatro dias dos maiores exercícios chineses de todos os tempos em torno da ilha – atividades que incluíram lançamentos de mísseis balísticos e ataques simulados nos céus e mares ao redor de Taiwan.

O Comando Oriental da China anunciou na segunda-feira que realizará novos exercícios conjuntos com foco em operações de ataque marítimo – confirmando os temores de alguns analistas de segurança e diplomatas de que Pequim manterá a pressão sobre as defesas de Taiwan.

Taiwan iniciou seus próprios exercícios há muito programados nesta terça, disparando artilharia de obuses para o mar no condado de Pingtung, no sul, atraindo uma pequena multidão de curiosos para uma praia próxima.

A China nunca descartou tomar Taiwan à força e na segunda-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, disse que a China está realizando exercícios militares normais “em nossas águas” de maneira aberta, transparente e profissional, acrescentando que Taiwan faz parte do território chinês.

Taiwan rejeita as reivindicações, dizendo que apenas o povo taiwanês pode decidir o futuro da ilha.

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