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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Mais de 3 mil pessoas morrem e milhares ficaram feridas devido a um terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Turquia e o noroeste da Síria

Mais de 3 mil pessoas morreram e milhares ficaram feridas devido a um terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Turquia e o noroeste da Síria na manhã desta segunda-feira (6). Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o tremor foi tão forte quanto um registrado no país em 1939 e que vitimou mais de 30 mil pessoas.

Na Turquia, 2.300 morreram, segundo o último balanço do governo; na Síria, foram 1.444, segundo a agência de notícias Reuters.

Esse foi um dos abalos sísmicos mais mortais que ocorreram nas últimas décadas na Turquia, uma das zonas de terremotos mais ativas do mundo. Até a última atualização desta reportagem, milhares de pessoas ainda estavam desaparecidas.

Segundo especialistas e centros de pesquisa de atividades sismológicas, os principais pontos que podem explicar, em parte, o tamanho da destruição provocada são:

  • O fato de que a Turquia fica espremida entre três placas tectônicas que se atritam — a da Eurásia ao norte, a da África-Arábia ao sul, e a Placa da Anatólia.
  • Desta vez, o epicentro do tremor, ou seja, o ponto da superfície onde o terremoto é primeiro sentido, foi perto da cidade de Gaziantep, uma região no centro-sul da Turquia bem perto da fronteira com a Síria e próxima do encontro dessas placas.
  • Segundo o Centro Alemão de Pesquisa em Geociências, esse epicentro foi a 10 quilômetros da superfície, uma profundidade considerada baixa, muito próxima ao solo. O tremor de 1939, por exemplo, aconteceu a uma profundidade equivalente, cerca de 20 quilômetros.
  • Outro fator importante foi a força do abalo sísmico. Ao jornal "The New York Times", Januka Attanayake, sismólogo da Universidade de Melbourne, na Austrália, disse que a energia liberada pelo tremor desta segunda foi equivalente a 32 petajoules, uma quantidade suficiente para abastecer a cidade de Nova York por mais de quatro dias.
  • Além de toda essa enorme quantidade de energia liberada inicialmente, de acordo com o USGS, o terremoto desta segunda foi seguido, 11 minutos depois, por um tremor secundário de magnitude 6,7 e, horas mais tarde, por um de magnitude 7,5, que provocaram maiores destruições.
  • Fora isso, houve mais de 40 réplicas — tremores menores que sucederam o principal.
  • Por causa das mudanças na crosta terrestre, grandes terremotos são frequentemente seguidos por esses tremores secundários. O de 1939, por exemplo, também produziu tremores do tipo. Contudo, com o passar do tempo e a consequente recuperação das falhas, esses eventos se tornam cada vez mais raros.
  • Apesar disso, ainda de acordo com o USGS, terremotos mais rasos, como esse da Turquia, são muito mais prováveis ​​de serem seguidos por tremores secundários do que terremotos mais profundos, com epicentros maiores que 30 km de profundidade.

Terremotos anteriores na região

Ainda de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, desde 1970, apenas três terremotos de magnitude 6 ou mais ocorreram nas proximidades do tremor desta segunda. Um dos maiores, de magnitude 6,7, ocorreu em 24 de janeiro de 2020.

E todos esses terremotos anteriores ocorreram ao longo ou nas proximidades da falha da Anatólia Oriental.

O Círculo de Fogo do Pacífico (uma região longe desse tremor de segunda) é a área com mais terremotos no mundo. Mas, historicamente, o sul da Turquia e o norte da Síria sofreram terremotos significativos e prejudiciais no passado.

Aleppo, na Síria, por exemplo, foi devastada várias vezes por grandes terremotos:

  • Segundo o USGS, um terremoto de magnitude 7,1 atingiu a cidade em 1138, e um terremoto de magnitude 7,0 ocorreu em 1822. As estimativas de fatalidade do terremoto de 1822 chegam a 60 mil.

Já na Turquia, além do terremoto de 1939, outros eventos significativos aconteceram mais recentemente, como:

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