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quinta-feira, 14 de março de 2013

Papa Francisco sempre foi favorito, diz cardeal

Os cardeais que elegeram o papa juraram segredo sobre suas deliberações, mas detalhes sobre como o nome de Jorge Bergoglio surgiu como o favorito para substituir o papa emérito Bento 16 começam a vir à tona.

O arcebispo de Viena, Christoph Schoenborn, confirmou que Bergoglio rapidamente emergiu como um candidato forte, ganhando o título de papa após cinco votações --apenas uma a mais do que no conclave que elegeu Bento 16.

"Eu não vou dizer como são as conversas, que são internas. Mas uma coisa é certa: o cardeal Bergoglio não teria se tornado papa na quinta votação se não fosse um nome realmente forte para o papado desde o começo", disse Schoenborn.

Papa Francisco

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Alessandro Bianchi/Reuters
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Papa Francisco saúda fiéis e jornalistas ao chegar à basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para reza
Bergoglio foi o segundo mais votado no conclave que elegeu Bento 16 como papa, mas não foi sequer mencionado nas listas de candidatos papáveis divulgadas desta vez.
Manter-se discreto, no mundo dos conclaves, é considerado uma vantagem. Há, um ditado em Roma, que diz como é comum que os cardeais saiam desapontados. "Entrar como um papa e sair como um cardeal".

Bergoglio, um jesuíta conhecido por sua humildade, despretensão e frugalidade, parece ter tido as duas qualidades que os cardeais buscavam: habilidades pastorais capazes de revitalizar a igreja e potencial de manter a Cúria sob controle.
"Estávamos à procura de um papa que fosse espiritual, um pastor. Eu acho que com o cardeal Bergoglio, nós temos esse tipo de pessoa", disse o cardeal francês Jean-Pierre Ricard

AGENDA
O papa Francisco realizou nesta quinta-feira a sua primeira homilia e disse que "não adianta nada sermos bispos, cardeais ou papa se não formos discípulos do Senhor".
"Se nós não professarmos Jesus Cristo, nos converteremos em uma ONG piedosa, não em uma esposa do Senhor", afirmou.

O novo pontífice, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, falou na Capela Sistina, no Vaticano, aos 114 cardeais que participaram do conclave que o elegeu.
Com uma simples vestimenta dourada e mitra, o novo papa celebrou a missa em latim, mas pronunciou a homilia, com o tema "caminhar, edificar, confessar", em italiano, a língua de seu pai. "Nossa vida é um caminho, quando paramos, não vamos para frente."
Francisco já havia citado o tema do caminho em seu primeiro discurso ante a multidão de fiéis na Praça São Pedro, o que foi interpretado pelos vaticanistas como uma vontade de encarar de frente os problemas da Igreja.

"Isso foi o que primeiro disse Deus a Abraão: 'Caminhe na minha presença, e seja irrepreensível", afirmou o recém-empossado pontífice. "Nossa vida é um caminho. Quando paramos, não vamos para frente. Devemos caminhar sempre, à luz do Senhor, viver com essa irrepreensibilidade com que vivia Abraão."

O religioso disse que a tarefa é difícil, mas que se deve "seguir contra as possibilidades". "No caminhar, no construir, no confessar, às vezes há problemas, movimentos que não são propriamente os movimentos do caminho, movimentos que nos levam para trás."
"Que todos nós, depois desses dias de graça, tenhamos a coragem de caminhar na presença do Senhor, com a cruz do Senhor, de edificar a igreja com o sangue que o Senhor derramou sobre a cruz. Assim, a igreja poderá prosseguir", afirmou, ao final do discurso.
Durante a celebração, houve uma oração ao papa emérito Bento 16, a quem se desejou que sirva a Deus "no recolhimento", dedicado "à meditação".

Bento 16 renunciou ao papado no último mês, em uma atitude inédita em quase 600 anos.

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

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