A Rússia nomeou o general Alexander Dvornikov, que tem experiência de combate na Síria, para comandar a invasão da Ucrânia, informou a emissora britânica BBC neste sábado (9).
Uma autoridade ocidental afirmou à BBC, em condição de anonimato, esperar que "o comando e o controle em geral melhorem" após uma série de reveses de Moscou na ação militar deflagrada contra o vizinho em 24 de fevereiro.
Segundo essa fonte, Dvornikov "tem muita experiência em operações russas na Síria", país em guerra civil onde Moscou apoia a campanha do ditador Bashar al-Assad contra grupos rebeldes desde 2015, com sucesso.
A autoridade disse que a ofensiva russa na Ucrânia tem esbarrado na resistência das tropas de Kiev, ainda que possua um contingente mais numeroso. "A menos que a Rússia consiga mudar as suas táticas, é muito difícil ver como podem ter sucesso mesmo nesses objetivos limitados que eles restabeleceram para si mesmos", afirmou.
Até aqui, nunca houve um comandante único designado para a guerra, ao menos em público. Segundo analistas militares russos, as decisões eram tomadas no âmbito do Estado-Maior das Forças Armadas, sob o comando do general Valeri Gerasimov, mas descentralizadas para generais no campo.
Isso pode explicar a diversidade de objetivos, às vezes conflitantes, que marcou a fase inicial da operação. Sem foco e concentração de forças, os russos se dispersaram em frentes separadas, levando ao sucesso no sul da Ucrânia e ao fracasso na tentativa de cercar Kiev –alvo abandonado em favor da ação no Donbass (o leste controlado por separatistas desde 2014).
A indicação de Dvornikov, se confirmada, mostra que Vladimir Putin está preocupado com uma solução mais coordenada para a nova etapa do conflito, que já foi anunciada como sendo a tomada das áreas totais das antigas províncias de Lugansk e Donetsk.
O general é conhecido como um comandante implacável, com fama de ações brutais na guerra civil da Síria.
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