A Rússia disparou mísseis de longo alcance contra cidades da Ucrânia durante horário de pico nesta segunda-feira (10) de manhã, matando civis e desligando infraestruturas de energia e calor, no que o presidente Vladimir Putin declarou ser uma vingança por ataques ucranianos, que incluíram a destruição de uma ponte que liga o território russo à Crimeia.
Nesta segunda (10), de acordo com o serviço de emergência do estado ucraniano, ao menos 11 civis morreram e 64 ficaram feridos. O governo ucraniano, no entanto, confirmou 10 mortos até o momento.
Os mísseis atingiram cruzamentos movimentados, parques e locais turísticos no centro de Kiev com uma intensidade nunca vista mesmo quando as forças russas tentaram capturar a capital no início da guerra.
Explosões também foram relatadas em Lviv, Ternopil e Zhytomyr no oeste da Ucrânia, Dnipro e Kremenchuk no centro da Ucrânia , Zaporizhzhia no sul e Kharkiv no leste.
O presidente russo Vladimir Putin fez um discurso televisionado no qual reivindicou os ataques contra “a infraestrutura de energia, militar e de comunicações da Ucrânia” após a destruição da ponte Kerch, na Crimeia.
“Várias explosões no distrito de Shevchenskivskyi, no centro da capital”, declarou o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko Klitschko, no aplicativo de mensagens Telegram.
Uma testemunha da Reuters viu um enorme carroceiro em um dos cruzamentos do centro da cidade e carros próximos completamente destruídos, enegrecidos e cheios de estilhaços.
Explosões também foram relatadas em Lviv, Ternopil e Zhytomyr, no oeste da Ucrânia, e em Dnipro, na região central.
A Rússia abandonou um avanço inicial em Kiev em face da feroz resistência reforçada pelas armas ocidentais.
Desde então, Moscou e seus representantes se concentraram no sul e em Donbas, um território oriental composto por Luhansk e seu vizinho Donetsk, mobilizando artilharia esmagadora em alguns dos combates terrestres mais pesados da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Ataques danificaram onze instalações de infraestrutura
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, afirmou que onze instalações de infraestrutura em oito regiões e na capital Kiev foram danificadas pelos ataques russos.
“Até as 11h (horário local), 11 importantes instalações de infraestrutura em oito regiões e na cidade de Kyiv foram danificadas”, explicou Shmygal no aplicativo de mensagens Telegram.
A Alemanha disse que um prédio que abriga seu consulado em Kiev foi atingido no ataque desta segunda-feira, embora não tenha sido usado desde que a guerra começou em 24 de fevereiro.
A União Europeia condenou os “ataques bárbaros e covardes” de segunda-feira à Ucrânia.
No meio da manhã, o Ministério da Defesa da Ucrânia disse que a Rússia havia disparado 81 mísseis de cruzeiro, e as defesas aéreas da Ucrânia derrubaram 43 deles. A polícia disse que pelo menos cinco pessoas morreram e 12 ficaram feridas em Kiev.
Imagens de câmeras de segurança mostraram estilhaços e chamas envolvendo uma passarela com fundo de vidro em um vale arborizado no centro da cidade, um dos locais turísticos mais populares de Kiev. Um pedestre fugiu da explosão.
A Reuters mais tarde viu uma enorme cratera sob a ponte, que foi danificada, mas permaneceu de pé.
“Rússia está tentando “nos varrer da face da terra”, diz Zelensky
“Eles estão tentando nos destruir e noss varrer da face da Terra. Destruir nosso povo que está dormindo em casa, na cidade de Zaporizhzhia. Matar pessoas que vão trabalhar em Dnipro e Kiev”, disse Zelensky no aplicativo de mensagens Telegram.
“As sirenes dos ataques aéreos não diminuem em toda a Ucrânia. Há mísseis atingindo. Infelizmente, há mortos e feridos”, acrescentou.
O líder ucraniano ainda acusou os russos de terem programado seus ataques desta segunda (10) de modo a produzir as maiores perdas em vidas e em infraestrutura de energia na Ucrânia.
“Eles querem pânico e caos, querem destruir nosso sistema de energia”, disse em vídeo mostrando o lado de fora do escritório presidencial.
“O segundo alvo são as pessoas. Tal momento e tais alvos foram especialmente escolhidos para causar o máximo de dano possível.”
Conversas com Scholz e Macron
Zelensky disse também quem conversou com o chanceler alemão Olaf Scholz sobre a necessidade de uma reunião emergencial do G7 sobre os ataques recentes.
“Concordei com o chanceler Olaf Scholz, da Alemanha, que ocupa a presidência do G7, em uma reunião emergencial do grupo”, escreveu Zelensky.
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