Mais de um ano após a eleição mais acirrada da história do País, a polarização política segue forte entre o eleitorado brasileiro. Pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira, 19, aponta que nove em cada dez entrevistados mantém convicção no voto que fizeram nas eleições de 2022, e apenas 8% afirmam não terem feito a melhor escolha. Os índices estão estáveis, dentro da margem de erro, em relação ao último levantamento do instituto sobre o tema, feito em setembro deste ano.
A pesquisa foi feita no dia 5 de dezembro com 2.004 pessoas em 135 cidades de todo o País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou menos. Quanto aos candidatos, 9% disseram ter se arrependido do voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enquanto 7% dizem o mesmo com relação a Jair Bolsonaro (PL).
O governo Lula tem mostrado sinais de querer diminuir a polarização, tentando atrair o eleitorado de Bolsonaro. Acenos à oposição aparecem em vídeos da campanha publicitária “O Brasil é um só povo”, como a propaganda da Farmácia Popular em que uma atriz veste a camisa verde e amarela, símbolo associado a apoiadores de Bolsonaro, e tem acesso aos medicamentos.
O presidente também prepara um discurso sobre união para ser transmitido próximo ao Natal, seguindo a mesma linha das peças publicitárias.
No entanto, ainda há estímulos à polarização da parte do presidente. Em reunião do diretório nacional do PT no último dia 8, Lula destacou a disputa entre ele e contra Bolsonaro e afirmou que na eleição, se os adversários latirem, os petistas devem latir de volta.
Eleitores seguem convictos
A confiabilidade dos eleitores para com as respectivas preferências eleitorais segue a mesma, com tendência de alta: 43% dos entrevistados dizem confiar hoje em seu candidato tanto quanto no dia da eleição; 38% afirmam que confiam ainda mais hoje em dia; 18%, por fim, dizem confiar menos no candidato do que em 2022.
Um ano depois da eleição, a convicção do eleitorado em relação aos seus candidatos segue praticamente intacta: 30% dos pesquisados se declaram petistas; 25%, bolsonaristas. Os índices são idênticos aos auferidos pelo instituto em dezembro do ano passado, logo após as eleições.
Eleição mais acirrada da história
Lula derrotou Bolsonaro, então candidato à reeleição, com margem de 2,1 milhões de votos, ou 1,8%. O placar final foi de 50,9% a 49,1% dos votos válidos. Foi a vitória eleitoral mais acirrada desde a redemocratização do País. Até então, o recorde havia sido na eleição de 2014, em que Dilma Rousseff (PT) derrotou Aécio Neves (PSDB) com uma margem de 3,28%.
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