A governadora Fátima Bezerra inaugurou nesta sexta-feira (3) o sistema adutor que vai levar água do Açude Mãe D’água, em Campo Redondo, para reforçar o abastecimento da comunidade Malhada Vermelha, onde vivem cerca de 2 mil pessoas.
O investimento é de R$ 2,1 milhões, com recursos do Governo Cidadão, que construiu a adutora, e da Caern, que recuperou a estação de tratamento (ETA), comprou bombas e tubulação.
O novo sistema vai tratar e distribuir 30 metros cúbicos/hora, volume suficiente para atender, de forma sustentável, à demanda da comunidade e ampliar a oferta na área urbana da cidade.
“Não tenho dúvidas de que este é um dia histórico. A gente que não nasceu em berço de outro, que conhece a seca pela dureza do dia a dia, sabe do alcance dessa obra, da importância de ter água de boa qualidade na torneira. Estamos celebrando a conquista de um direito fundamental”, disse a governadora.
Até bem pouco tempo, a água chegava à comunidade por um sistema antigo de chafariz, doado por uma entidade holandesa. Mas a captação era feita em um poço salobro, não servindo para o consumo humano. “Imagine a dificuldade que essas famílias enfrentavam. É uma alegria no meu coração sem tamanho trazer água para vocês”, destacou Fátima Bezerra, que ao final da solenidade participou, juntamente com moradores, de um “batismo”, simbolizando a chegada da água.
O secretário estadual de Projetos e Metas e coordenador do Projeto Governo Cidadão, Fernando Mineiro, destacou o papel fundamental e decisivo da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos e da Caern na solução do problema. “O nosso governo tem muito orgulho de ter resolvido as pendências encontradas e viabilizar o funcionamento da adutora, através de recursos do Governo do Estado, via empréstimo do Banco Mundial”, disse, lembrando que a obra foi iniciada no governo anterior, porém destravada e retomada na atual gestão.
Em operação desde maio deste ano, a adutora teve sua inauguração simbólica devido ao arrefecimento da pandemia. “Estamos hoje, aqui, fazendo a entrega simbólica de água potável para os moradores, após muitos anos dependendo do carro-pipa, que não atendia a todos. Obrigado governadora!”, agradeceu o prefeito Renam Luiz de Alencar ao destacar outras parcerias da prefeitura com o Governo do Estado.
Os vereadores Eduardo Lima e Delza Lima transmitiram à governadora o agradecimento da comunidade. “Nós sabemos a importância da água, especialmente em um ano de seca como este. Os moradores agora não precisam mais acordar cedo para entrar na fila da água”, disse Delza, que elogiou ainda a política do governo para os agricultores familiares.
As chuvas deste ano na área territorial do município ficaram 77% abaixo do normal, o que caracteriza “seca grave”, segundo a classificação da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn). Aliás, a escassez de chuvas foi constante na microrregião da Borborema Potiguar, onde Campo Redondo está inserido. A média de chuvas nos 16 municípios é de 484,2 milímetros, mas choveu apenas 197 mm este ano, déficit de 58,9%.
De todos os reservatórios públicos monitorados pelo Instituto de Gestão de Águas (Igarn), a situação mais preocupante é a da Bacia do Trairi. Os três açudes – Inharé e Santa Cruz do Trairi, em Santa Cruz; e Trairi, em Tangará – têm capacidade para acumular 57,9 milhões de metros cúbicos de água doce, volume equivalente ao da Barragem de Pau dos Ferros. Apenas o menor deles, o Santa Cruz, tem um pouco de água: 627,3 mil m³, o equivalente a 12% da capacidade.
Além da adutora da Malhada Vermelha, o Governo do Estado firmou parcerias com a prefeitura na área da agricultura familiar e a governadora anunciou a liberação de uma emenda parlamentar do deputado Vivaldo Costa no valor de R$ 200 mil para melhoria da rede municipal de Saúde de Campo Redondo.
Investimentos
Para reforçar o abastecimento das cidades do Agreste e do Trairi, a Caern está investindo R$ 1,2 milhão em 12 poços já perfurados, localizados em Nísia Floresta. A Companhia estima produzir cerca de 700 metros cúbicos de água/hora para garantir o atendimento aos consumidores de 30 cidades e 283 comunidades rurais. Ao todo, cinco poços que produzem cerca de 300 metros cúbicos por hora já foram colocados em operação. Outros sete serão ativados nos próximos meses.
A Caern também está projetando uma adutora de ferro fundido para reforçar o abastecimento feito hoje pela Adutora Monsenhor Expedito. A nova adutora do Agreste Potiguar, que irá beneficiar mais de 500 mil pessoas, deve ficar pronta em 2024. Ela vai ampliar o abastecimento em 12 cidades e garantir melhor oferta de água de sistemas já existentes em outros 27 municípios.
Orçada inicialmente em R$ 260 milhões, a obra é uma iniciativa do Governo do Estado, através da Caern, que solicitou recursos ao Governo Federal para viabilizar sua construção.