Um navio de guerra da Marinha dos Estados Unidos navegou pelo Estreito de Taiwan na terça-feira (19), a terceira vez em uma semana que a embarcação entrou em águas reivindicadas pela China, aumentando as tensões entre Washington e Pequim.
O governo americano disse que a última viagem do destróier USS Benfold demonstrou seu “compromisso com um Indo-Pacífico livre e aberto”, mas Pequim a criticou como uma “provocação” que mostra que os EUA são um “destruidor da paz e da estabilidade”.
O estreito é uma extensão de água de 180 quilômetros de largura que separa a ilha democrática de Taiwan da China.
Pequim reivindica soberania sobre Taiwan apesar do Partido Comunista da China nunca ter controlado a ilha – e considera o estreito parte de suas “águas territoriais”. A Marinha dos EUA, no entanto, diz que a maior parte do estreito está em águas internacionais.
A Marinha cita uma lei internacional que define as águas territoriais como estendendo-se a 12 milhas náuticas da costa de um país e envia regularmente seus navios de guerra pelo estreito em operações de liberdade de navegação, inclusive em 10 de maio, quando o USS Port Royal fez uma viagem semelhante.
Desta vez, o Benfold navegou “através de um corredor no estreito que está além do mar territorial de qualquer Estado costeiro”, disse o porta-voz da 7ª Frota dos EUA, tenente Nicholas Lingo.
A China reagiu com raiva à presença do navio na região e seus militares disseram nesta quarta-feira (20) que seguiram e monitoraram o navio dos EUA durante seu trânsito.
“As frequentes provocações e exibições dos EUA demonstram plenamente que são os destruidores da paz e da estabilidade no Estreito de Taiwan e criadores dos riscos de segurança no local”, disse o coronel Shi Yi, porta-voz do Comando Oriental do Exército de Libertação Popular. “As tropas mantêm o alerta máximo em todos os momentos e defenderão a soberania nacional e a integridade territorial”.
Na semana passada, o USS Benfold realizou duas operações de liberdade de navegação no Mar da China Meridional, perto de ilhas contestadas onde Pequim construiu instalações militares.
Em 13 de julho, o destróier dos EUA desafiou o que classifica como “reivindicações marítimas excessivas” por Pequim em torno das Ilhas Paracel – conhecidas como Ilhas Xisha na China, e no sábado perto das Ilhas Spratly – conhecidas como Ilhas Nansha. na China.
As tensões entre os dois países sobre Taiwan aumentaram nos últimos dias, com Pequim criticando duas vezes as relações dos EUA com a ilha.
Na segunda-feira (18), Pequim disse que uma venda de armas americanas por US$ 108 milhões para Taipei “compromete gravemente a soberania e os interesses de segurança da China e prejudica gravemente as relações entre os dois países e seus militares”.
E na terça-feira, um porta-voz de Pequim disse que “se opunha firmemente” a uma possível visita à ilha de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos EUA.
Também na terça, o general mais graduado dos EUA ordenou uma revisão abrangente das interações militares americanas com as forças chinesas nos últimos cinco anos, à medida que as preocupações sobre o comportamento assertivo de Pequim na região do Indo-Pacífico aumentam.
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