Há “prova inequívoca” de que a Polícia Civil está à beira da falência, com delegacias policiais desprovidas, em sua maioria, de delegados de carreira e de equipe mínima de agentes e escrivães e com sua atividade investigatória comprometida enquanto a criminalidade aumenta.
Essas observações fazem parte do voto do desembargador Francisco Saraiva Sobrinho, vencido na sessão do Tribunal de Justiça que reformou decisão tomada em primeira instância. A decisão judicial concedia prazo de 60 dias para o Governo do RN convocar os aprovados no último concurso da Polícia Civil.
O voto do desembargador Saraiva Sobrinho foi um dos destaques da edição desta quarta-feira do JORNAL DA MANHÃ, da 95FM. No final do seu voto, o desembargador conclui: “Adite-se a tudo isso o clamor social que ecoa de todas as ‘regiões’ do Estado, que atualmente possui uma população traumatizada pelo sempre número da violência, enclausurada em suas próprias residências, sem poder dispor do seu direito de ir e vir, em profunda inversão da lógica jurídico-social…”
Saraiva Sobrinho disse, ainda, que o aumento da criminalidade é público e notório. E concordou com o argumento da Procuradoria Geral de Justiça de que a convocação de delegados, agentes e escrivães aprovados em concurso teria impacto orçamentário reduzido para as contas do Governo do Estado.
Imediatamente após o JM revelar o voto do desembargador, a presidente da Associação de Delegados da Polícia Civil (Adepol-RN), Ana Cláudia Saraiva, anunciou, por telefone, que a instituição pretende recorrer, até quando for possível, da decisão tomada pelo Tribunal de Justiça. Ana Claudia comentou que, de fato, a Polícia Civil está à beira de um colapso.
Armanda Lima
Jornalista profissional
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