Na sociedade contemporânea é possível encontrar pessoas que vivem unicamente para trabalhar, sem nenhum horário para o lazer e o convívio familiar. Há gente que trabalha para viver, existem outros indivíduos que só vivem para trabalhar.
Em plena era da sabedoria, com o avanço da tecnologia da informação, as organizações estão cada vez mais investindo na qualidade de vida de seus colaboradores.
Mesmo assim, quando se busca amenizar o processo do estresse ocupacional, ainda se encontra no mercado de trabalho pessoas workholic, tocam a noite pelo dia, deixando de dormir direito, pois acreditam que ao trabalhar 20 horas por dia poderiam calar a voz interior que silencia, quando o mesmo está trabalhando.
Os viciados em trabalho sofrem de um mal denominado “sobrecarga de informação”. Eles se sentem constantemente pressionados pela competição desenfreada, precisam se desenvolver e crescer. Essas pessoas passam grande parte do seu tempo preocupada com as inovações tecnológicas, com as mudanças constantes e por isso, deixam de viver o presente.
Para se ter uma ideia atualmente, no Brasil há mais de 300 canais de TV abertos e por assinatura. Além disso, 35,5 milhões de blogs na internet, o que significa 79 milhões de acesso ao dia. Dessa forma, a tecnologia imprimiu velocidade à comunicação, são milhões de publicações: livros, jornais, revistas e textos que o leitor pode acessar de acordo com o assunto que lhe interessar, porém, toda essa velocidade não se traduz em qualidade de vida.
Ultimamente, tive oportunidade de conversar com pessoas viciadas em trabalho, um deles me falou que “trabalha, porque sente satisfação pessoal e lhe ativa sua adrenalina.” Nessa minha investigação encontrei pessoas que trabalham, aos sábados, domingos e feriados, com o intuito de construir um patrimônio para deixar para sua família.
Uma das coisas que mais penaliza quem se vicia em trabalho é o remorso por deixar de lado as pessoas que ama, à medida que precisa atender aos compromissos profissionais, não lhes resta tempo para participar do crescimento dos seus filhos.
Conversando com um cliente, que já estar na idade adulta, o mesmo me disse que se pudesse voltar atrás no tempo, “iria gastar menos horas com seu trabalho e mais tempo com seus filhos”. Com a maturidade, o mesmo entendeu que seu trabalho, proporcionou uma vida material melhor para sua família, entretanto, descobriu que essas pessoas muitas vezes preferem manter um estilo de vida simples, contanto que possam usufruir da presença dos seus pais.
Segundo pesquisas da UNICAMP, Os pesquisadores notaram que muitos workaholics, obcecados por trabalho, apresentam determinados sintomas quando se aproximam as férias, os feriados prolongados ou apenas os finais de semana.
Existem vários sintomas que você pode testar se é um workholic:
• Dormir apenas 4 horas por noite;
• Alimenta-se mal e levar trabalho para casa;
• Possuir uma forte necessidade de realização profissional;
• Não ter tempo para seus filhos, nem para sua família;
• Não se divertir e nem viajar;
• Ter dificuldade de delegar tarefas aos seus subordinados;
• Falta de paciência com frequência.
Se por acaso, você tem alguns desses sintomas, tenha cuidado. Você pode estar se tornando um viciado em trabalho. E se continuar a agir dessa maneira, poderá não ter tempo para escrever a sua própria história...
Mude seu estilo de vida, passe a trabalhar apenas 8 horas por dia, de segunda a sexta, deixe o sábado para fazer a feira, conversar com as pessoas e o domingo dedicado ao Senhor, descanso e lazer.
O problema é que o workholic só vai começar a pensar em mudar de atitude quando o estrago já está feito, podendo aparecer com uma crise familiar, perda dos filhos ou da saúde.
Por fim, quero agradecer aos leitores, que estão me enviando sugestões para os artigos, continuem a participar dessa coluna.
E-mail:nevesbatista@yahoo.com.br
Por Neves Batista – Contadora/Membro da Academia Norte Riograndense de Ciências Contábeis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário