Em discurso nesta segunda-feira (16), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) demonstrou preocupação e desapontamento com um possível “esvaziamento” da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista do Cachoeira, cujo requerimento de criação ainda não foi lido em Plenário. O senador disse que a vontade inicial de parlamentares da base governista em criar e instalar a comissão parece ter esmorecido. A proposta de criação da CPI surgiu após a operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que revelou conexões políticas do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está preso.
- Dizem que há um movimento no sentido de esvaziar a CPI. O PT teria se arrependido, teria entendido agora que foi um exagero. Para que CPI? O governo não queria a CPI, ainda que, à primeira vista, pessoas da própria oposição estejam na mira das manchetes – afirmou Simon.
Em um primeiro momento, afirmou o senador, a CPI foi apoiada pela bancada do PT, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo PMDB, PSDB e outros. Mas logo surgiram a denúncias de que integrantes do PT queriam usar a CPI do Cachoeira para desviar a atenção do julgamento dos envolvidos no escândalo do mensalão, ocorrido no primeiro mandato de Lula. O julgamento deve ocorrer este ano no Supremo Tribunal Federal (STF).
Simon afirmou existirem boatos de que o empresário Carlinhos Cachoeira, que está preso em penitenciária federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte, teria “uma metralhadora giratória com gravações dos últimos anos”, o que estaria “deixando muita gente preocupada”.
Em aparte, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que o cancelamento ou esvaziamento da CPI seria “uma vergonha nacional”. Ele também afirmou que o requerimento de criação da CPI foi alterado nos últimos dias, retirando das investigações a empresa Delta Construções, detentora de grandes contratos do governo federal e de governos estaduais e municipais.
- Não quero acreditar que haja um movimento para fazer uma CPI sob controle, sem que, de fato, se procure e se encontre a verdade. Seria lamentável para a nação – afirmou Randolfe.
Agência Senado
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