Ao sugerir a criação de uma Secretaria do Idosono âmbito de sua pasta, o ministro Garibaldi Alves Filho pode transformar a Previdência Social, que ele mesmo definiu como um “abacaxi”, em um tremendo “pepino”.
Garibaldi, provavelmente sem saber, expôs a fragilidade das ações do governo no tema.
Desde 2009, a coordenação da Política Nacional do Idoso foi transferida legalmente do Ministério da Justiça para a Secretaria de Direitos Humanos (SDH). Mas, em 2010, a pasta publicou seu regimento interno sem citar qualquer orientação ou resolução do Conselho Nacional de Defesa do Idoso (CNDI). Não há recursos, estrutura, funcionários, nada em relação à pessoa idosa no âmbito da SDH.
A atitude sempre causou indignação no CNDI. A presidente Karla Giacomin, inclusive, já enviou correspondência alertando a ministra Maria do Rosário e solicitando a revisão do regimento da SDH. Até hoje, nenhuma resposta.
A ideia de uma Secretaria do Idoso surge no ano em que o CNDI completa uma década de existência. A proposta de Garibaldi, além de soar como factóide ao CNDI, soma-se assim à efeméride e promete aquecer o debate.
A favor do governo está a política de reajuste do salário mínimo. Mas o CNDI acredita que há muito a ser feito em um país que envelhece tão rapidamente e a desarticulação das políticas públicas em benefício do idoso, agora reconhecida pelo próprio ministro, é a culpada.
- Embora o ministro afirme que esta é uma reivindicação antiga dos trabalhadores, os trabalhadores nunca manifestaram isso. Quem manifestou foi o CNDI na tentativa de fazer o idoso existir dentro da SDH – diz Giacomin. Por Jorge Félix com Klinger Portella - IG
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