- Chico Anysio em sua casa em São Paulo (30/6/09)
O humorista, ator e escritor Chico Anysio morreu às 14h52 desta sexta-feira (23), aos 80 anos, em decorrência de falência de múltiplos órgãos. Chico não resistiu a uma parada cardiorrespiratória. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do hospital Samaritano, onde ele estava internado, no Rio de Janeiro.
O velório de Chico acontece neste sábado no Theatro Municipal do Rio, e será aberto ao público a partir do meio-dia. O corpo do comediante será cremado no domingo, ainda sem previsão de horário.
ARTISTAS REPERCUTEM MORTE
O Brasil ficou menos divertido
Helio de la Peña, humorista, pelo TwitterChico estava internado desde o dia 30 de novembro de 2011. O humorista chegou a ter alta no dia 21 de dezembro, mas retornou à unidade médica no dia seguinte, 22 de dezembro, depois de apresentar hemorragia digestiva.
Chico sofreu uma piora na última quarta (21), quando apresentou queda da pressão arterial e falência dos rins e foi submetido a sessões de hemodiálise. Na quinta à tarde, passou por um processo de drenagem torácica, para remoção de um "grande hematoma pleural". Segundo o UOL apurou, na manhã desta sexta, o humorista sofreu uma parada cardiorespiratória e chegou a ser reanimado. Durante o período de internação, foi submetido a uma cirurgia abdominal e diagnosticado com pneumonia. Ele também dependia de ajuda de aparelhos para respirar, e, durante a internação, foram feitas tentativas de retirar o respirador, sem sucesso.
Nos últimos dois dias, recebeu a visita de muitos parentes, como os filhos Bruno Mazzeo e André Lucas, os sobrinhos Marcos Palmeira e Cininha de Paula, além da mulher Malga di Paula.
"TENHO MUITA PENA DE MORRER", DIZ CHICO EM ENTREVISTA EM 2002
Ao longo de 2011, Chico passou por consecutivos períodos de internação. Em março, deixou o Samaritano após 110 dias hospitalizado, quando enfrentou complicações cardiorrespiratórias. Ele foi submetido a angioplastia e tratou uma pneumonia na UTI.
Em outubro, voltou ao hospital por cinco dias, dessa vez para aliviar uma crise de dores nas costas.
Em agosto de 2010, o humorista passou 19 dias internado no mesmo hospital, depois de ser submetido a uma cirurgia para retirada de parte do intestino grosso.
Talento para o humor começou no rádio
Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho nasceu no município de Maranguape, Ceará, no dia 12 de abril de 1931 - apesar do seu nascimento ter sido registrado em cartório dois anos antes. Aos oito anos, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde já começou a demonstrar seus dotes artísticos, fazendo imitações.
Com 14 anos, passou a frequentar programas de calouros em rádios cariocas e paulistas. Costumava ir ao "Programa Ary Barroso", "Hora do Padre" e "Trabuco", de Vicente Leporace.
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Estudou para ingressar na Faculdade de Direito, passou, mas não cursou. Seu primeiro contrato de trabalho foi na Rádio Guanabara, onde, depois de 15 dias, já tinha quatro profissões: ator, locutor, redator e comentarista esportivo.
Chico também chegou a fazer novelas, mas preferiu seguir a linha de shows e de comédias, ao lado de Grande Otelo, Chocolate e Luiz Tito. Recentemente, fez participações em folhetins da Globo como "Caminho das Índias" (2009), "Pé na Jaca" (2007) e "Sinhá Moça" (2006).
Na carreira de humorista são mais de 200 personagens. Começou na TV em 1957, fazendo o “Professor Raimundo”, na TV Rio. O personagem já tinha estrelado por muito tempo a Rádio Mayrink Veiga, sempre com sucesso. Na TV Rio, sob a direção de Walter Clark, o sucesso continuou.
Em 1969, o humorista foi para a TV Globo, onde consagrou programas como "Chico Anysio Show", "Chico City", "Estados Anysios de Chico City", "Chico Total" e "Escolinha do Professor Raimundo". Em todos eles apareceram seus tipos imortais, como a "Salomé", o "Painho", o famoso "Profeta" e tantos outros. Atualmente faz parte do elenco de "Zorra Total".
Chico era ainda pintor, compositor e escritor - lançou 17 livros.
Casado seis vezes – um dos mais comentados foi com a ex-ministra da Economia do governo Collor, Zélia Cardoso de Mello-, o humorista deixa oito filhos, sendo um adotivo: Lug de Paula, André Lucas, Cícero Chaves, Nizo Neto, Bruno Mazzeo, Rico Rondelli, Rodrigo e Vitória.
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