Em discurso no Plenário nesta segunda-feira (3), o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) lamentou a demora na apreciação, pela Câmara dos Deputados, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 556/2002 que concede os mesmos direitos dos soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) aos seringueiros conhecidos como soldados da borracha. A matéria, disse o senador, tramita na Casa há quase dez anos e está pronta para ser votada desde o final de 2009.
Entre os benefícios concedidos pela PEC aos soldados da borracha estão aposentadoria e pensão especial. Soldados da borracha foi o nome dado aos brasileiros que entre os anos de 1943 e 1945 foram alistados e transportados para a Amazônia com o objetivo de extrair borracha para uso dos Estados Unidos durante a 2ª Guerra Mundial.
- A medida é um reconhecimento pelos altos serviços prestados ao Brasil - disse o senador.
Raupp afirmou que os seringueiros recrutados para trabalhar na Amazônia também defenderam a Pátria e lutaram pela segurança nacional. O senador disse que os soldados da borracha, em geral, são idosos com muita privação material. Ele lembrou que os soldados enfrentaram muitos riscos em seu trabalho, como animais e doenças.
- Nada mais razoável do que lhes conceder os mesmos direitos da FEB - afirmou.
A PEC é de autoria da então deputada e hoje senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
Filme
O senador registrou que a cineasta acreana Eva Neide, filha de um soldado da borracha, esteve recentemente em Brasília para lançar uma campanha internacional em prol dos soldados da borracha.
Eva Neide, informou o senador, está produzindo um filme chamado Soldados da Borracha - A brigada esquecida. O filme, que deve ser lançado até o fim do ano, busca resgatar a história e a dignidade desses soldados.
- Que o Congresso Nacional não espere outros dez anos para lhes fazer justiça - concluiu o senador.
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