Famílias agricultores estão numa corrida desenfreada e crescente para os centros urbanos da Paraíba em razão da onda de roubos, assaltos, agressões e mortes registrada de forma assustadora na zona rural das microrregiões do estado, fazendo que comunidades inteiras deixem pra trás todas as formas de estrutura, conquistas e investimentos feitos nas unidades produtivas do meio rural.
Como forma de encontrar alternativas para a situação, as entidades de municípios diversos da ASA Paraíba realizaram movimentos de paralisação no trânsito em BRs em pontos diversos do Estado no sentido de despertar na sociedade a problemática e ao mesmo tempo cobrar ação por parte do Governo do Estado da Paraíba para que passe a discutir e desenvolver ações de segurança no meio rural junto às entidades enquanto instrumento de convivência com o semiárido já que as conquistas com cisternas de placas, cisternas calçadão, ações com fundos rotativos e todas as conquistas estruturadoras nas propriedades estão sendo deixadas pelas famílias que estão procurando as periferias das cidades como forma de estabelecer moradias e fugir de práticas de terror praticadas por marginais no meio rural.
Uma das paralisações aconteceu na última terça-feira(20/03), na BR 104 entre a cidade de Lagoa Seca e São Sebastião de Lagoa de Roça, Brejo paraibano, quando caravanas de agricultores dos municípios de Queimadas, Massaranduba, Alagoa Nova, Matinhas, São Sebastião de Lagoa de Roça, Esperança, Lagoa Seca, Montadas, Areal, Remígio, Arara, Casserengue dentre outros fizeram verdadeira grande mobilização com distribuição de panfletos informativos explicando sobre a realidade vivida no campo e ao mesmo tempo aguardando o comparecimento de representações do Governo da Paraíba para discussão da problemática e entrega de documento reivindicatório do movimento.
“Sou um agricultor experimentador e hoje eu estou aqui solidário com a nossa situação dos agricultores e agricultoras que estão partindo da sua roça para a cidade porque não pode mais permanecer na agricultura porque a violência está grande, o que se planta eles estão roubando e o importante é que nós estamos aqui buscando para que haja segurança, uma segurança não só para a agricultura, mas uma segurança de um modo geral. Hoje em dia ninguém pode ter mais uma moto em nossas casas, nosso carro, nosso gado, nossas galinhas, e assim por diante, quer dizer, chegamos um ponto que ou a gente toma uma atitude exigindo nossos direitos, pelo menos de segurança, ou a coisa vai se complicar muito porque a agricultura familiar é quem sustenta essa nação”, explica o agricultor familiar José Luna de Oliveira, Zé Pequeno, residente na comunidade São Tomé II de Alagoa Nova.
“Eu moro no Sítio Camará de Remígio, sou presidente de uma associação, a ACONCA, meu sítio é entre Esperança, Areia, Alagoa Nova e Remígio, a segurança lá está péssima, muita gente já saiu principalmente de um sítio lá chamado Caiana II onde não tem quase ninguém mais, onde quase todas as famílias saíram por causa que foram assaltadas e agora recentemente lá vizinho a nós na semana passada houve um arrastão dos bandidos assaltando o pessoal e maltratando os filhos onde deram muita peia e ainda roubaram os pertences deles”, lamenta e explica o agricultor Rivaldo dos Santos Nascimento, ao dialogar com os ouvintes das emissoras parceiras de Stúdio Rural.
“Eu moro em São Sebastião de Lagoa de Roça, na comunidade Maria Morais e vejo esse movimento como de muita importância pra nós agricultores que nós sabemos que a segurança no campo hoje está muito precária” comenta o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Ailton Guilherme Dias, argumentando que naquele município as famílias estão deixando os sítios, levando apenas os equipamentos e mercadorias possíveis, deixando prá trás todas as formas de benefícios.
“É também uma guerra nossa porque nós também estamos sendo atingidos lá na zona rural de Esperança. Na minha comunidade nós já temos 16 casas fechadas na zona rural e só tem oito moradores em razão dessa dificuldade onde os ladrões estão atacando os agricultores lá na zona rural. E porque nós não vínhamos dar nosso protesto aqui, em nome de Esperança para que o governo tome conhecimento da situação e realmente precisamos fazer alguma coisa?”, lamenta o agricultor João de Deus, Joquinha, residente no assentamento Bela Vista, em Esperança.
“Eu vejo a realidade de Massaranduba como horrível porque tem comunidades em que no mês passado passei lá e não tem mais nenhum morador. As cisternas que a gente implantou na comunidade está perdida lá porque é tanta violência que na semana passada um camarada foi amarrar uma cabra às sete horas do dia e os caras pegaram ele, amarraram e levaram para o banheiro onde deixaram o pobre amarrado, teve um velho lá que bateram tanto nele que ele foi parar no hospital”, comenta o agricultor Antônio Luiz da Silva, Dedé, residente em Massaranduba, componente do sindicato e ao dialogar com Stúdio Rural disse que quanto mais melhora a qualidade de vida das famílias com as tecnologias, mais perigoso fica para as famílias beneficiárias já que os bandidos vão em buscas do resultado da produção. “Hoje você não pode vender uma galinha de manhã porque de noite o cara vai buscar o dinheiro, teve um cara lá que bateram tanto nele e ainda fizeram um desenho de como é que ele iria morrer enforcado e hoje ele abandonou o sítio, ele vendia feijão na feira agroecológica que a gente tem lá e hoje ele deixou a feira porque abandonou o sítio e foi morar na cidade”.
A pista só foi liberada com a chegada de representantes do governo paraibano lá por volta do meio dia, momento em que o tenente coronel José Ronaldo Diniz da Silva se apresentou como representante da secretaria de segurança pública. “Sou Coronel Ronaldo, comandante do décimo batalhão que é responsável aqui por uma área de 38 cidades sob nossa responsabilidade, na verdade achamos pertinente o manifesto dos senhores, pois assim como os senhores, somos cidadãos e sabemos que a sensação de segurança é de relevante importância para que possamos usufruir do direito que temos como cidadãos e com certeza o Governo do Estado está a perceber tudo isso”, explica aquela autoridade ao iniciar seus argumentos e compromissos com os manifestantes e dizer que marcará uma audiência para que o movimento dialogue com o governo do estado.
“Na verdade a gente queria mesmo era conversar com o secretário, ele não veio, mandou um representante, mas estamos aqui, entregamos nosso documento colocando as reivindicações, então estamos acreditando que a gente precisa negociar todas as reivindicações que foram colocadas aqui. Agora se as nossas reivindicações não forem assumidas pelo estado a gente vai voltar porque achamos ser uma questão muito séria a questão da segurança”, garante a representante do Pólo Sindical da Borborema e compoente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Remígio, Roselita Victor da Costa ao dialogar com Stúdio Rural.
Em documento o movimento reivindica que seja implantado urgentemente um Programa de Segurança Pública para o campo, que envolva o policiamento rural (polícia comunitária) com toda estrutura e aparato como: automóveis, motos, cavalaria, capacitação, visando inibir a criminalidade na zona rural do estado; Que a polícia de inteligência seja designada para atuar no meio rural, como forma de identificar os envolvidos em delitos e que seja garantido condições sigilosas para que se façam denúncias dos marginais infiltrados nas comunidades rurais, como forma de encorajar pessoas ou lideranças das comunidades a formularem denuncias e ao mesmo tempo, de garantia que não sofram represálias por parte da bandidagem; Que sejam criadas delegacias especializadas de combate a violência no campo, como forma de assegurar agilidade e eficiencia nas investigações, e consequetimente na elucidação dos delitos e punição exemplar com base na Lei, para os criminosos; Que se aumente o contingente ou efetivo de Policiais nos municípios com o devido aparelhamento e estrutura; e Que seja instalado postos policiais em povoados e distritos, nas regiões onde o índice de criminalidade, como assaltos, arrombamentos, furtos , assassinatos se verificam em índice elevado.
Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural
Como forma de encontrar alternativas para a situação, as entidades de municípios diversos da ASA Paraíba realizaram movimentos de paralisação no trânsito em BRs em pontos diversos do Estado no sentido de despertar na sociedade a problemática e ao mesmo tempo cobrar ação por parte do Governo do Estado da Paraíba para que passe a discutir e desenvolver ações de segurança no meio rural junto às entidades enquanto instrumento de convivência com o semiárido já que as conquistas com cisternas de placas, cisternas calçadão, ações com fundos rotativos e todas as conquistas estruturadoras nas propriedades estão sendo deixadas pelas famílias que estão procurando as periferias das cidades como forma de estabelecer moradias e fugir de práticas de terror praticadas por marginais no meio rural.
Uma das paralisações aconteceu na última terça-feira(20/03), na BR 104 entre a cidade de Lagoa Seca e São Sebastião de Lagoa de Roça, Brejo paraibano, quando caravanas de agricultores dos municípios de Queimadas, Massaranduba, Alagoa Nova, Matinhas, São Sebastião de Lagoa de Roça, Esperança, Lagoa Seca, Montadas, Areal, Remígio, Arara, Casserengue dentre outros fizeram verdadeira grande mobilização com distribuição de panfletos informativos explicando sobre a realidade vivida no campo e ao mesmo tempo aguardando o comparecimento de representações do Governo da Paraíba para discussão da problemática e entrega de documento reivindicatório do movimento.
“Sou um agricultor experimentador e hoje eu estou aqui solidário com a nossa situação dos agricultores e agricultoras que estão partindo da sua roça para a cidade porque não pode mais permanecer na agricultura porque a violência está grande, o que se planta eles estão roubando e o importante é que nós estamos aqui buscando para que haja segurança, uma segurança não só para a agricultura, mas uma segurança de um modo geral. Hoje em dia ninguém pode ter mais uma moto em nossas casas, nosso carro, nosso gado, nossas galinhas, e assim por diante, quer dizer, chegamos um ponto que ou a gente toma uma atitude exigindo nossos direitos, pelo menos de segurança, ou a coisa vai se complicar muito porque a agricultura familiar é quem sustenta essa nação”, explica o agricultor familiar José Luna de Oliveira, Zé Pequeno, residente na comunidade São Tomé II de Alagoa Nova.
“Eu moro no Sítio Camará de Remígio, sou presidente de uma associação, a ACONCA, meu sítio é entre Esperança, Areia, Alagoa Nova e Remígio, a segurança lá está péssima, muita gente já saiu principalmente de um sítio lá chamado Caiana II onde não tem quase ninguém mais, onde quase todas as famílias saíram por causa que foram assaltadas e agora recentemente lá vizinho a nós na semana passada houve um arrastão dos bandidos assaltando o pessoal e maltratando os filhos onde deram muita peia e ainda roubaram os pertences deles”, lamenta e explica o agricultor Rivaldo dos Santos Nascimento, ao dialogar com os ouvintes das emissoras parceiras de Stúdio Rural.
“Eu moro em São Sebastião de Lagoa de Roça, na comunidade Maria Morais e vejo esse movimento como de muita importância pra nós agricultores que nós sabemos que a segurança no campo hoje está muito precária” comenta o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Ailton Guilherme Dias, argumentando que naquele município as famílias estão deixando os sítios, levando apenas os equipamentos e mercadorias possíveis, deixando prá trás todas as formas de benefícios.
“É também uma guerra nossa porque nós também estamos sendo atingidos lá na zona rural de Esperança. Na minha comunidade nós já temos 16 casas fechadas na zona rural e só tem oito moradores em razão dessa dificuldade onde os ladrões estão atacando os agricultores lá na zona rural. E porque nós não vínhamos dar nosso protesto aqui, em nome de Esperança para que o governo tome conhecimento da situação e realmente precisamos fazer alguma coisa?”, lamenta o agricultor João de Deus, Joquinha, residente no assentamento Bela Vista, em Esperança.
“Eu vejo a realidade de Massaranduba como horrível porque tem comunidades em que no mês passado passei lá e não tem mais nenhum morador. As cisternas que a gente implantou na comunidade está perdida lá porque é tanta violência que na semana passada um camarada foi amarrar uma cabra às sete horas do dia e os caras pegaram ele, amarraram e levaram para o banheiro onde deixaram o pobre amarrado, teve um velho lá que bateram tanto nele que ele foi parar no hospital”, comenta o agricultor Antônio Luiz da Silva, Dedé, residente em Massaranduba, componente do sindicato e ao dialogar com Stúdio Rural disse que quanto mais melhora a qualidade de vida das famílias com as tecnologias, mais perigoso fica para as famílias beneficiárias já que os bandidos vão em buscas do resultado da produção. “Hoje você não pode vender uma galinha de manhã porque de noite o cara vai buscar o dinheiro, teve um cara lá que bateram tanto nele e ainda fizeram um desenho de como é que ele iria morrer enforcado e hoje ele abandonou o sítio, ele vendia feijão na feira agroecológica que a gente tem lá e hoje ele deixou a feira porque abandonou o sítio e foi morar na cidade”.
A pista só foi liberada com a chegada de representantes do governo paraibano lá por volta do meio dia, momento em que o tenente coronel José Ronaldo Diniz da Silva se apresentou como representante da secretaria de segurança pública. “Sou Coronel Ronaldo, comandante do décimo batalhão que é responsável aqui por uma área de 38 cidades sob nossa responsabilidade, na verdade achamos pertinente o manifesto dos senhores, pois assim como os senhores, somos cidadãos e sabemos que a sensação de segurança é de relevante importância para que possamos usufruir do direito que temos como cidadãos e com certeza o Governo do Estado está a perceber tudo isso”, explica aquela autoridade ao iniciar seus argumentos e compromissos com os manifestantes e dizer que marcará uma audiência para que o movimento dialogue com o governo do estado.
“Na verdade a gente queria mesmo era conversar com o secretário, ele não veio, mandou um representante, mas estamos aqui, entregamos nosso documento colocando as reivindicações, então estamos acreditando que a gente precisa negociar todas as reivindicações que foram colocadas aqui. Agora se as nossas reivindicações não forem assumidas pelo estado a gente vai voltar porque achamos ser uma questão muito séria a questão da segurança”, garante a representante do Pólo Sindical da Borborema e compoente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Remígio, Roselita Victor da Costa ao dialogar com Stúdio Rural.
Em documento o movimento reivindica que seja implantado urgentemente um Programa de Segurança Pública para o campo, que envolva o policiamento rural (polícia comunitária) com toda estrutura e aparato como: automóveis, motos, cavalaria, capacitação, visando inibir a criminalidade na zona rural do estado; Que a polícia de inteligência seja designada para atuar no meio rural, como forma de identificar os envolvidos em delitos e que seja garantido condições sigilosas para que se façam denúncias dos marginais infiltrados nas comunidades rurais, como forma de encorajar pessoas ou lideranças das comunidades a formularem denuncias e ao mesmo tempo, de garantia que não sofram represálias por parte da bandidagem; Que sejam criadas delegacias especializadas de combate a violência no campo, como forma de assegurar agilidade e eficiencia nas investigações, e consequetimente na elucidação dos delitos e punição exemplar com base na Lei, para os criminosos; Que se aumente o contingente ou efetivo de Policiais nos municípios com o devido aparelhamento e estrutura; e Que seja instalado postos policiais em povoados e distritos, nas regiões onde o índice de criminalidade, como assaltos, arrombamentos, furtos , assassinatos se verificam em índice elevado.
Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural
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