O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou neste domingo(22) que os Estados Unidos e Israel “decidiram lançar pelos ares” a diplomacia com seus ataques às instalações nucleares da República Islâmica, e que eles “cruzaram uma linha vermelha muito grande”.
“Eles traíram a diplomacia, traíram as negociações. É irrelevante pedir ao Irã que retorne à diplomacia”, disse o chanceler, reforçando que Teerã “reserva todas as opções” para proteger sua soberania e segurança nacional. “O presidente dos Estados Unidos, Trump, traiu não apenas o Irã, mas enganaram sua própria nação”, completou Abbas Araqchi, que evitou falar sobre uma retomada de contato com o Ocidente, até que eles reajam ao ataque. “Aguardem nossa resposta primeiro. Quando a agressão terminar, depois poderemos decidir sobre a diplomacia”, declarou.
Araqchi afirmou que Israel bombardeou as negociações entre Teerã e Washington com o lançamento de sua campanha militar em 13 de junho.
Ele acrescentou que os Estados Unidos fizeram o mesmo com seus ataques neste domingo, após os contatos que ele próprio manteve com chanceleres europeus na sexta-feira (20), em Genebra.
O chanceler iraniano anunciou que se encontrará com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou na segunda-feira, após o bombardeio americano às instalações nucleares iranianas. “Viajo para Moscou esta tarde” e “terei consultas sérias com o presidente russo amanhã”, disse Abbas Araqchi à margem de uma reunião da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) em Istambul.
O conflito no Oriente Médio, que começou na sexta-feira (13), escalou no sábado (22) após o presidente dos Estados Unidos atacarem três instalações nucleares iranianas. Em publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que os ataques atingiram “com sucesso” os complexos nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan.
A ofensiva foi realizada com bombardeiros furtivos B-2, que decolaram da Base Aérea de Whiteman, no Missouri, e foram acompanhados por aviões de reabastecimento em voo. Os B-2 são os únicos aviões capazes de lançar a GBU-57, bomba antibunker de 13,6 toneladas projetada para destruir alvos subterrâneos, como a instalação de Fordow, localizada sob uma montanha e considerada uma das mais protegidas do programa nuclear iraniano. Com o ataque realizado, os Estados Unidos passam a integrar formalmente a campanha militar de Israel contra o Irã, antes do prazo que havia sido informado pelo presidente Trump, que no dia 19 de junho havia informado que em duas semanas tomaria uma decisão sobre a entrada ou não de seu país na guerra.
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