Uma juíza federal dos Estados Unidos ordenou, nesta quinta-feira (14), que o homem acusado de cometer um atentado a tiros no metrô de Nova York permaneça preso, após procuradores dizerem que o ataque "aterrorizante" perturbou a cidade de uma maneira que não era vista há duas décadas.
Frank James, suspeito de ferir 23 pessoas no ataque, fez sua primeira aparição no tribunal nesta quinta-feira, usando um traje de prisão bege, tênis, óculos de grau e uma máscara cirúrgica azul. Ele enfrenta uma acusação federal de ataque violento a um sistema de transporte público.
James, de 62 anos, foi representado por dois defensores públicos, que pediram que ele passasse por uma avaliação psiquiátrica.
"O réu abriu fogo de maneira aterrorizante contra passageiros de um vagão lotado", afirmou a assistente de acusação a Procuradoria dos EUA Sara Winik no tribunal, acrescentando que o incidente interrompeu "a jornada matutina do transporte em uma maneira que essa cidade não vê há mais de 20 anos".
"Ele disparou aproximadamente 33 vezes a sangue frio em passageiros aterrorizados, que não tinham para onde correr ou onde se esconder", afirmou Winik.
A juíza norte-americana Roanne Mann ordenou que James fique detido no Centro Metropolitano de Detenção, no Brooklyn, a principal prisão para réus que aguardam julgamento federal na cidade de Nova York, aguardando um pedido de fiança de seus advogados.
James foi preso na quarta-feira (13) em Manhattan, concluindo uma caçada de 30 horas pelo suspeito. Ele foi preso a cerca de 8 quilômetros do local do ataque de terça-feira (12), que aconteceu no horário de pico da manhã em um trem da linha N com destino a Manhattan que se aproximava de uma estação subterrânea próxima a Sunset Park, no Brooklyn.
A polícia disse que dez pessoas foram baleadas diretamente, cinco delas hospitalizadas em estado crítico, mas estável, e outras 13 ficaram feridas na debandada de passageiros aterrorizados saindo do vagão cheio de fumaça na plataforma da estação da Rua 36. O prognóstico é de que todos sobrevivam.
O atirador desapareceu no tumulto, mas os investigadores disseram que estabeleceram James como suspeito quando uma varredura na cena do crime revelou um cartão de crédito em seu nome e as chaves de uma van que ele havia alugado e deixado estacionada a vários quarteirões.
As autoridades no local também recuperaram a pistola semiautomática Glock 9 mm usada no ataque, juntamente com três carregadores de munição, um maçarico, um machado, um saco de fogos de artifício e um recipiente com gasolina, segundo documentos policiais e judiciais.
No dia seguinte, os investigadores rastrearam James até o bairro de East Village, em Manhattan, com a ajuda de dicas de moradores que o reconheceram por fotos, alguns dos quais postaram nas redes sociais, disse a polícia. Ele foi detido sem incidentes, de acordo com as autoridades.
O New York Times e o New York Post, cada um citando fontes policiais, informaram que o próprio James alertou a polícia sobre seu paradeiro na quarta-feira em uma ligação que ele fez para uma linha de denúncia de uma unidade do McDonald's. Os relatos não puderam ser verificados de forma independente pela Reuters.
Uma queixa criminal apresentada por promotores federais na quarta-feira no Tribunal Distrital no Brooklyn acusou James de uma única acusação: cometer um ataque terrorista ou outro ataque violento contra um sistema de transporte de massa - um crime que acarreta uma sentença máxima de prisão perpétua.
James, um nativo do Bronx com endereços recentes na Filadélfia e Milwaukee, teve nove prisões anteriores em Nova York e três em Nova Jersey, de acordo com o Departamento de Polícia de Nova York (NYPD).
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