Mais de 27 milhões de crianças estão sob risco de sofer com enchentes arrasadoras em todo o mundo, alertou esta terça-feira o Fundo da ONU para a Infância, Unicef.
A agência da ONU fez um apelo aos líderes mundiais reunidos na 27a. Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP27, no Egito, dizendo que esse grupo enfrenta perigo de afogamento, surtos de doenças, falta de água potável, desnutrição, interrupção no aprendizado e violência.
Níveis sem precedentes de enchentes
A chefe da delegação do Unicef para a COP27, Paloma Escudero, destaca o efeito das inundações no Paquistão, no Maláui e no Sudão do Sul. Ela disse que o mundo “está observando níveis sem precedentes de enchentes este ano e, com isso, uma explosão de ameaças às crianças.”
O pedido lançado a governos e grandes empresas é que baixem rapidamente as emissões. O Unicef defende uma série de medidas imediatas para “proteger as crianças da devastação do clima, adaptando os serviços sociais críticos de que elas dependem.”
Na parte da adaptação, a ênfase seria para a criação de sistemas de água, saúde e educação sobre resiliência às inundações e secas.
A agência relembra que, no ano passado, os países desenvolvidos concordaram em duplicar o apoio à adaptação para US$ 40 bilhões por ano até 2025.
Roteiro com credibilidade
A expectativa é que um roteiro realista seja adotado na COP27, incluindo “marcos claros sobre a forma como tal será concretizado, como um passo para cumprir a promessa de conceder pelo menos US$ 300 bilhões por ano para a adaptação até 2030”. Pelo menos metade dos climáticos deverá fluir para a adaptação, enfatiza a agência da ONU.
O Unicef requer urgência na busca de soluções para apoiar populações que irão enfrentar perdas e danos climáticos para além dos limites, e para que as comunidades possam melhor se adaptar a essa realidade.
Para cobrir a lacuna financeira, o apelo é que os planos climáticos nacionais sejam novamente analisados. O alvo é reduzir as emissões e assegurar uma adaptação que proteja todas as crianças dos impactos das alterações climáticas.
A agência quer mais progressos na educação no campo das alterações climáticas tendo os menores de idade como prioridade. Outra medida é que seja acelerado o investimento em serviços sociais resistentes ao clima e que a ação climática seja mais sensível às crianças.
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